terça-feira, 21 de setembro de 2010

Aferição Pressão Arterial


Pressão Arterial

Os vasos sanguíneos possuem uma pressão no seu interior, sendo este resultado dos batimentos do coração e a contração da parede destes vasos durante a passagem do sangue. O batimento cardíaco é a propulsão de certo volume de sangue através da aorta, realizando a contração de suas paredes empurrando o sangue para frente e o levando a todas as partes do corpo.

Medir, verificar e aferir são termos semelhantes, e todos indicam que se está realizando um exame capaz de mensurar os valores da pressão arterial de um paciente

A aferição da pressão arterial nos permite direcionar condutas terapêuticas individuais, monitorar prevalências populacionais e identificar fatores de risco associados à hipertensão arterial e acurácia deste procedimento tem valor fundamental.
Pela sua importância, deve ser estimulada e realizada, em toda avaliação de saúde, por médicos de todas as especialidades e demais profissionais da área de saúde desde que treinados.

A posição recomendada para verificação da pressão arterial é a sentada. Porem recomenda-se uma aferição na posição ortostática pelo menos na primeira avaliação.

Métodos de Aferição Não invasivo.

Método auscultatório ou palpatório com o uso do esfigmomanômetro aneróide ou coluna de mercurio

Aparelho automático oscilométrico que consiste na utilização de aparelhos automáticos e semi-automaticos para aferição dos níveis pressóricos.

Monitorização ambulatorial de pressão arterial (MAPA) permite o registro da pressão arterial por método indireto e intermitente durante 24 horas enquanto o paciente realiza suas atividades habituais na vigília e durante o sono.

Monitorização residencial de pressão arterial (MRPA) é o registro da pressão arterial por método indireto com três medidas pela manha e três a noite durante 45 dias, durante a vigília no domicilio e no trabalho com aparelhos validados.

O Tamanho do Manguito.

O tamanho do manguito é de grade importância para garantir a acurácea das medidas da pressão arterial. Estes devem ser escolhidos de acordo com a faixa etária e os locais de medição da pressão arterial. O uso incorreto pode acarretar em aferições errôneas.
A largura da borracha deve ser de 40% da circunferência do braço e seu comprimento envolver pelo menos 80%.


O local para vefiricação

O local mais comum de verificação da pressão arterial é no braço, usando como ponto de ausculta a artéria braquial. O equipamento usado é o esfigmomanômetro ou tensiômetro, vulgarmente chamado de manguito, e para auscultar os batimentos, usa-se o estetoscópio.
Os sons encontrados

Os sons auscultados durante a aferição são denominados de ruídos de Korotkoff. Podemos classificados em 5 tipos.
I ou K1 - Som súbito, forte, bem definido, que aumenta em intensidade
II ou K2 - Os segundos sons são os murmullos ouvidos na maior parte do espaço
III ou K3 - Desaparecimento dos sons soprosos e surgimento de sons mais nítidos e intensos (semelhantes ao da fase I), que aumentam em intensidade.
IV ou K4 - Os sons tornam-se abruptamente mais suaves e abafados, são menos claros
V ou K5 - Desaparecimento completo dos sons

Os dados obtidos - Numeros

Os números encontrados durante a aferição indicam uma medida de pressão calibrada em milímetros de mercúrio (mmHg). O primeiro número, ou o de maior valor, é chamado de sistólico, e corresponde à pressão da artéria no momento em que o sangue foi bombeado pelo coração. O segundo número, ou o de menor valor é chamado de diastólico, e corresponde à pressão na mesma artéria, no momento em que o coração está relaxado após uma contração.

Media dos valores encontrados nem adultos

Classificação PAS PAD

Normal <120>
Pre Hipertensão 120-139 80-89
Hipertensão Fase I 140-159 90-99
Hipertensão Fase II >160 >100

Média dos valores encontrados em crianças.

Idade Média de Valores PAS/PAD

0-3 meses 75/5o
3-6 meses 85/65
6 -9 meses 85/65
9-12 meses 90/70
1 - 3 anos 90/65
3-5 anos 95/60
5 -7 anos 95/60
7-9 anos 95/60
9-11 anos 100/60
11-13 anos 105/65
13-14 anos 110/70

Tecnica de Medição da Pressão Arterial

1. Explicar o procedimento ao paciente, orientando que não fale e descanse por 5-10 minutos em ambiente calmo, com temperatura agradável. Promover relaxamento, para atenuar o efeito do avental branco (elevação da pressão arterial pela tensão provocada pela simples presença do profissional de saúde, particularmente do médico).
2. Certificar-se de que o paciente não está com a bexiga cheia; não praticou exercícios físicos há 60-90 minutos; não ingeriu bebidas alcoólicas, café, alimentos, ou fumou até 30 minutos antes; e não está com as pernas cruzadas.
3. Utilizar manguito de tamanho adequado ao braço do paciente, cerca de 2 a 3 cm acima da fossa antecubital, centralizando a bolsa de borracha sobre a artéria braquial. A largura da bolsa de borracha deve corresponder a 40% da circunferência do braço e o seu comprimento, envolver pelo menos 80%.
4. Manter o braço do paciente na altura do coração, livre de roupas, com a palma da mão voltada para cima e cotovelo ligeiramente fletido.
5. Posicionar os olhos no mesmo nível da coluna de mercúrio ou do mostrador do manômetro aneróide.
6. Palpar o pulso radial e inflar o manguito até seu desaparecimento, para a estimativa do nível a pressão sistólica; desinflar rapidamente e aguardas um minuto antes de inflar novamente.
7. Posicionar a campânula do estetoscópio suavemente sobre a artéria braquial, na fossa antecubital, evitando compressão excessiva.
8. Inflar rapidamente, de 10 em 10 mmHg, até ultrapassar, de 20 a 30 mmHg, o nível estimado da pressão sistólica. Proceder a deflação, com velocidade constante inicial de 2 a 4 mmHg por segundo. Após identificação do som que determinou a pressão sistólica, aumentar a velocidade para 5 a 6 mmHg para evitar congestão venosa e desconforto para o paciente.
9. Determinar a pressão sistólica no momento do aparecimento do primeiro som (fase I de Korotkoff), seguido de batidas regulares que se intensificam com o aumento da velocidade de deflação. Determinar a pressão diastólica no desaparecimento do som (fase V de Korotkoff). Auscultar cerca de 20 a 30mmHg abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa. Quando os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a pressão diastólica no abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff).
10. Registrar os valores das pressões sistólicas e diastólica, complementando com a posição do paciente, o tamanho do manguito e o braço em que foi feita a medida. Não arredondar os valores de pressão arterial para dígitos terminados em zero ou cinco.
11. Esperar 1 a 2 minutos antes de realizar novas medidas.
12. O paciente deve ser informado sobre os valores obtidos da pressão arterial e a possível necessidade de acompanhamento.

Principais problemas e erros verificados durante o procedimento:

Manômetro de coluna mercúrio
* menisco abaixo do ponto zero
- acrescentar mercúrio no reservatório
* oscilação excessiva da coluna ou dificuldade de subida na inflação
- limpar ou trocar o diafragma no topo da coluna de mercúrio


Manômetro aneróide
* descalibração não é aparente
- testar calibração (pelo menos de 6 em 6 meses), contra coluna de mercúrio, usando conector em Y

Tubos de borracha, pera e válvula de exaustão
* vazamento nos tubos de borracha e válvulas
- trocar tubos de borracha e válvulas

Bolsa de borracha
* bolsa de borracha muito estreita causa falsa elevação na pressão e muito larga, falsa diminuição da pressão
- usar manguito adequado ao braço do paciente ou tabelas/fitas de correção
* relação inadequada entre a largura e o comprimento da bolsa de borracha
- a relação entre o comprimento/largura da bolsa deve ser 2 : 1
* manguito não centralizado na artéria braquial, eleva a pressão arterial
- colocar a porção central da bolsa sobre a artéria braquial

Manguito
* manguito aplicado sobre as roupas, falseia os valores
- manter o braço desprovido de roupas

Estetoscópio
* tubos excessivamente longos dificultam a ausculta
- empregar tubos mais curtos
* mal adaptado aos ouvidos, dificulta a asculta
- manter a curvatura voltada para a frente do observador

Observador
* não alinhamento dos olhos do observador com a escala do manômetro pode causar leituras errôneas
- manter os olhos à altura do menisco do menisco da coluna de mercúrio e, no manômetro aneróide, incidi-los diretamente sobre o mostrador
* preferência por números terminados em “0” ou “5”
- proceder a leitura do manômetro acuradamente a cada 2 mmHg, evitando arredondamentos
* rechecagem da pressão sistólica antes da deflação total do manguito
- para verificar novamente a pressão sistólica, desinflar totalmente o sistema, aguardando 1 a 2 minutos antes de reiniciar a medida da pressão arterial
* mãos do observador,equipamentos e ambiente excessivamente frios, elevam a pressão arterial
- manter material e equipamentos, ambiente e mãos em temperatura agradável
* interação inadequada entre o observador e o paciente podem elevar a pressão arterial
- procurar afastar a tensão e ansiedade, estabelecendo relação de confiança com o paciente. Evitar conversar durante a medida da pressão arterial

Paciente
* ingestão recente de bebida alcoólica, café, fumo e distensão vesical, interferem na medida
- evitar uso de bebida alcoólica, café, refeições e fumo, pelo menos 30 minutos antes da medida. Certificar-se de que o paciente está com a bexiga vazia
* exercícios físicos antes da medida da pressão arterial podem elevá-la
- descanso prévio em ambiente calmo, por pelo menos 5 a 10 minutos, promovem o relaxamento do paciente

Procedimento de medida da pressão arterial
* não estimação do nível de pressão sistólica
- palpar o pulso radial; inflar o sistema até o desaparecimento do pulso para estimar a sistólica
* inflação excessiva do sistema provoca dor e eleva a pressão arterial.
- inflar apenas 20 a 30 mmHg acima da pressão sistólica estimada
* deflação muito rápida, diminui a sistólica e aumenta a diastólica e, quando muito lenta, aumenta a pressão
- manter velocidade de deflação de 2 a 4 mmHg/seg até ultrapassar a sistólica, em seguida, aumentar gradativamente
* dificuldade na ausculta dos sons de Korotkoff
- inflar o manguito, estando o braço do paciente acima da altura da cabeça por 30 segundos. Em seguida, colocar o braço na posição correta e medir a pressão arterial
* determinação incorreta da pressão sistólica
- a pressão sistólica deve ser registrada de acordo com a fase 1 de Korotkoff (início do som)
* determinação incorreta da pressão diastólica
- a pressão diastólica será determinada com o desaparecimento do som (fase 5 de Korotkoff)

13 comentários:

  1. Olá, blogueiro(a)!

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    Obrigado,
    Ministério da Saúde

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  2. oi td bem meu nome é aline...qria saber de uma coisa..tds os trabalhos so P.A. falam q devemos aferir com a bexiga vazia falam so isso mais nao dizem o motivo de se com a bexiga vazia, vc poderia me explicar por que??

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  3. A bexiga cheia comprime a artéria abdominal, que exige maior esforço cardíaco e conquentemente o aumento da P. A.

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  4. Oi gostara de saber quais os locais que posso verificar a P.A de um paciente? só pode ser no braço?

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  5. Obrigada a senhora pelo ótimo estudo,que me ajudou muito;que Deus te recompense com bençãos inefáveis.

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  6. Pode ser na perna tmb a VSV

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  7. Gostaria de saber se pessoas que verificam sua PA todos os dias, às vezes mais de uma vez no dias podem sofrer alguma consequencia?

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  8. Olá! caso não tenha o manguito de tamanho ideal, qual o porquê de ter que usar um maior?

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  9. Olá! caso não tenha o manguito de tamanho ideal, qual o porquê de ter que usar um maior?

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  10. Olá... e como aferir PA de um paciente que não possui nenhum membro, nem superior e nem o inferior. Qual técnica usar nestes casos?

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  11. Alguem sabe dizer porque ao cruzar as pernas temos o aumento da PA?

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  12. Olá, estou desenvolvendo um trabalho sobre aferir a pressão arterial nos quatro menbros, e saber a diferença entre eles. Já existe trabalhos em cima disso? Obrigada.

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  13. Qual a importancia de se palpar a radial?
    Se não palpar, o que é muito pouco observado na prática, qual a consequencia?

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